Com a onda de calor que se fez sentir
nos primeiros dias de Agosto em Portugal, as praias fluviais
assemelharam-se a “oásis” para quem vive ou visita o interior e,
no Alentejo, graças ao Alqueva, as de Monsaraz e Mourão registam
maior afluência de banhistas.
“Estão já aqui centenas de pessoas,
numa sexta-feira (3 de Agosto)”, e “a afluência irá ser muito
maior ao longo da tarde”, realçou no dia 3 de Agosto à agência
Lusa José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, a
propósito da praia fluvial localizada perto da vila medieval de
Monsaraz.
Segundo o autarca, a afluência de
banhistas à praia criada no concelho, em junho do ano passado,
aumentou “claramente” nos últimos dias, com a subida das
temperaturas, e, com o fim de semana à porta, deve ficar
“completamente cheia”.
“Temos a praia com níveis de
afluência parecidos com os do ano passado, enquanto, nos primeiros
meses” do verão, “com temperaturas baixas, não era tão
agradável estar na água”, disse.
No vizinho concelho de Mourão (Évora),
igualmente banhado pela albufeira do Alqueva e com uma praia
inaugurada em julho do ano passado, o “retrato” é similar,
segundo a presidente da câmara, Maria Clara Safara.
“Face às temperaturas” elevadas,
até pode acontecer que as pessoas, “com medo do calor”, possam
“não ir tanto” à praia, mas, como também “é a altura em que
está mais gente de férias, nota-se uma subida do número de
pessoas”, afirmou.
Face às “temperaturas altas” que
se fazem sentir, sempre “dá para refrescar” e “a água está
muito boa”, afiançou a autarca, frisando que ela própria tem dado
uns “saltos” ao espaço: “Está-se muito bem dentro de água”.
Nestes dois concelhos do interior
alentejano, os autarcas destacam as mais-valias geradas pelas
respetivas praias fluviais proporcionadas pelo Alqueva, financiadas a
90% pelo Programa Valorizar, no âmbito da Linha de Apoio à
Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal.
“É importante porque as pessoas”,
do concelho e dos concelhos próximos, “ficam com uma praia
praticamente à porta de casa” e, ao mesmo tempo, atrai “pessoas
de fora”, assinalou a presidente da Câmara de Mourão, referindo
que a sua zona balnear tem banhistas de vários pontos do país e
estrangeiros, como espanhóis, franceses, belgas e ingleses.
O presidente da Câmara de Reguengos de
Monsaraz sublinhou a ideia, lembrando que “parte da população não
pode ir para outros destinos turísticos”, mas agora já pode
usufruir desta “pequena maravilha mesmo ao lado”.
Para a economia local, disse Maria
Clara Safara, os efeitos também são visíveis, com unidades de
alojamento e restaurantes a “notarem a afluência de pessoas, nesta
altura do ano”.
“Isto é uma injeção muito grande
de mais-valia ao nível da restauração e do alojamento turístico,
do comércio e do enoturismo” e constitui “um fator de aumento da
estadia média” dos visitantes no concelho, corroborou José
Calixto.
Com Bandeira Azul, Bandeira de Praia
Acessível e classificação como Praia Saudável, a praia fluvial de
Monsaraz pode acolher mais de mil banhistas em simultâneo e oferece
150 metros de frente de praia, com vigilância por
nadadores-salvadores, zonas para crianças e adultos, toldos,
estrutura flutuante com solário, concessão de restaurante e
diversas atividades (massagens, observação de aves ou passeios de
barco, entre outras).
Já a de Mourão, também com Bandeira
Azul e galardão Praia Acessível, tem a particularidade de se situar
numa ilha do Alqueva, a que se acede por um passadiço de madeira, e
oferece cerca de 320 metros de areal, com zona sombreada, piscina
para crianças, plataforma flutuante e vigilância, entre outras
valências.
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