As autoridades chinesas continuam com uma campanha, em algumas províncias, de demolição de cruzes e de outros símbolos religiosas em igrejas cristãs, apesar do recente acordo provisório assinado entre o Vaticano e Pequim para a nomeação dos bispos católicos para este país.
As últimas notícias dão conta de acções repressivas particularmente intensas em Zhejiang, Henan e Guizhou.
Num dos casos divulgados através de meios próximos da chamada Igreja Clandestina, fiel ao Papa, há o relato, ocorrido a 11 de Outubro, em que dezenas de funcionários governamentais foram chamados para proceder à demolição de cruzes existentes na torre mais elevada, onde está o sino, e numa parede de uma igreja na cidade de Wenzhou, província de Zhejiang.
Esta acção das autoridades de Wenzhou terá sido promovida pelo facto de, aparentemente, aqueles símbolos cristãos serem demasiado visíveis desde a estação de comboios local situada nas proximidades.
A questão da liberdade religiosa na China é extremamente sensível e tem motivado diversas chamadas de atenção por parte de países e organizações de defesa dos direitos humanos. Na semana passada a Fundação AIS deu conta de que uma dezena de Organizações Não-Governamentais lançou, no passado dia 9 de Outubro, uma petição em que se pede respeito e protecção para a liberdade de crença na China.
Dirigido ao Presidente Ji Jinping, o documento elenca diversas situações monitorizadas por órgãos de comunicação social internacionais, em que a prática religiosa está comprometida em resultado das acções levadas a cabo pelas autoridades.
Entre as várias comunidades religiosas que têm sido alvo de perseguição na China, é referido o exemplo dos cristãos “residentes da província de Jiangxi” que são “forçados a retirar crucifixos das suas casas”, assim como “são proibidas” as actividades de congregações protestantes e têm sido instalados sistemas de videovigilância “em templos”.
O documento, que está assinado por 10 ONG’s, nomeadamente a Federação Europeia para a Liberdade de Crença, o Observatório Internacional de Liberdade Religiosa dos Refugiados ou o Fórum Inter-religioso europeu para a liberdade religiosa, faz ainda referência a novas leis “que proíbem a educação das crianças de acordo com a prática religiosa das suas famílias”.
A petição – que é endereçada também, como informação, ao Secretário-Geral da ONU; ao Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas; ao Presidente da Comissão Europeia e aos presidentes dos Estados Unidos, Rússia, Itália, França e ainda à chanceler alemã, entre outros – faz ainda referência à detenção de muçulmanos, na província de Xianjiang, “para efeitos de reeducação”, assim como, em outras regiões, “da prisão de pastores protestantes e de padres católicos”.
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
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