A Associação de Imprensa de
Inspiração Cristã (AIC) e a Associação Portuguesa de Imprensa
(API) tomaram conhecimento de que a jornalista Maria Ressa foi detida na passada quarta-feira nas Filipinas sob a acusação de “difamação
cibernética”, quando trabalhava na redacção do portal de
notícias Rappler, de que é Directora, e que tem vindo a denunciar
as políticas do Presidente Rodrigo Duterte.
O pretexto para a detenção foi uma
reportagem publicada em Maio de 2012, que referia que o empresário
Wilfredo Keng estaria ligado a tráfico de drogas e de pessoas. O
empresário Keng só formalizou uma queixa cinco anos depois, em
2017, mas as autoridades entenderam que passara o prazo de um ano
previsto para o efeito pelo que o caso ficou por aí.
Mas o Departamento de Justiça das
Filipinas reabriu o caso em Março de 2018, com base numa teoria de
“publicação contínua”, baseada na circunstância da dita
reportagem se encontrar ainda ‘on line’. Já antes a jornalista
tinha sido acusada de fuga ao fisco, mas rejeitara as acusações,
afirmando que se tratava de uma perseguição política contra si por
parte do regime de Duterte.
A AIC e a API recorda que Maria Ressa é
uma das mais prestigiadas jornalistas a nível mundial, sobretudo
pela coragem e desassombro com quem vem denunciando as políticas
radicais da Administração do Presidente Duterte. O reconhecimento
levou a que ela fosse considerada pela revista Time como uma das
personalidades do ano de 2018, para além de ter sido distinguida
pela WAN-IFRA com o galardão “Pena de Ouro”, que recebeu durante
o Congresso Mundial daquela Associação (de que a API faz parte),
que decorreu no Centro de Congressos do Estoril.
À semelhança das posições já
assumidas por várias outras organizações, entre as quais a
WAN-IFRA, também a AIC e a API manifestam o seu repúdio pela
detenção de Maria Ressa, considerando tratar-se de um atentado ao
exercício do jornalismo que deve merecer a condenação de quantos
prezam a liberdade de imprensa e de expressão.
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